A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou nesta quinta-feira (4) que as instituições financeiras deixarão de oferecer o serviço de DOC em fevereiro de 2024.
A medida foi tomada devido ao desinteresse da população, que vem diminuindo continuamente nos últimos anos, especialmente após o lançamento do Pix em novembro de 2020.
O DOC, sigla para Documento de Ordem de Crédito, é uma forma de transferência entre diferentes bancos criada em 1985.
Com um limite de valor de R$ 4.999,99 e prazo de desconto em um ou dois dias úteis, o DOC tinha algumas desvantagens em relação à Transferência Eletrônica Disponível (TED), criada em 2002.
A TED, que utiliza a infraestrutura da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), era inicialmente disponível apenas para transferências acima de R$ 5 mil, mas este valor reduziu gradualmente até ser extinto. Assim, não há mais mínimo nem máximo.
No entanto, tanto o DOC quanto a TED ficaram ultrapassados com o lançamento do Pix, forma de transferências instantâneas por meio de chaves cadastradas e QR Codes.
O queridinho Pix
Além da rapidez e facilidade, outra vantagem do Pix é a gratuidade, já que DOCs e TEDs costumam ter cobrança de tarifas em muitos bancos.
O Pix logo caiu no gosto dos clientes brasileiros e lidera como a forma de pagamento mais utilizada.
De acordo com a Febraban, o Pix teve 24 bilhões de operações em 2022, enquanto o DOC teve apenas 59 milhões. Até mesmo os cheques, considerados uma forma arcaica de pagamento, tiveram mais transações naquele ano, com 202,8 milhões.
Data do fim
A Febraban divulgou um cronograma para o fim do DOC, que inclui o encerramento dos sistemas de recebimento e processamento.
Em 15 de janeiro de 2024, às 22h, será o limite para realizar ou agendar DOCs. Em 29 de fevereiro de 2024, será o limite para envio de DOCs agendados e o encerramento dos sistemas de recebimento e processamento.
Outras formas de pagamento atraíram mais atenção
Além do Pix, outras formas de pagamento também tiveram grande utilização em 2022.
O cartão de crédito teve 18,2 bilhões de operações, enquanto o cartão de débito teve 15,6 bilhões. Já o boleto teve 4 bilhões de transações, enquanto a TED teve 1,01 bilhão.
Com a crescente utilização do Pix, as instituições financeiras esperam que o fim do DOC facilite a modernização dos sistemas de pagamento no país.
No entanto, a Febraban destaca que o PIX não é uma solução para todos os tipos de transação financeira, especialmente para valores mais altos que podem demandar outros meios de pagamento, como a transferência bancária internacional.
O fim do DOC representa mais uma mudança significativa no sistema financeiro brasileiro, que vem se modernizando cada vez mais nos últimos anos. Com o Pix, o país se tornou referência em soluções de pagamento instantâneo,