O Procon-SP divulgou recentemente sua pesquisa anual sobre tarifas bancárias, revelando disparidades surpreendentes nas cobranças realizadas pelas principais instituições financeiras do país. A análise comparou as tabelas de serviços prioritários e os pacotes padronizados de seis bancos de grande porte: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Safra e Santander.
O resultado apontou uma discrepância chocante de 492% na cobrança de uma tarifa específica, a “transferência entre contas na própria instituição“. Enquanto o Banco do Brasil cobra R$ 7,40 por essa transação, o Safra cobra apenas R$ 1,25.
Essa diferença expressiva chamou a atenção do Procon, que ressalta que a contratação de pacotes de serviços bancários não é obrigatória e não pode ser imposta pelos bancos aos consumidores.
Antes de adquirir um pacote, o órgão orienta os consumidores a verificarem se os serviços essenciais gratuitos oferecidos pelos bancos atendem às suas necessidades.
Além disso, as instituições financeiras são obrigadas a disponibilizar a oferta dos pacotes de forma padronizada, permitindo que os consumidores façam uma comparação adequada na hora de escolher os serviços que melhor se adequam às suas demandas.
A comparação de preços é fundamental para o consumidor tomar decisões informadas, e isso é respaldado pelo Código de Defesa do Consumidor.
O Procon enfatiza a importância de uma informação clara e precisa por parte dos bancos, a fim de garantir a transparência e facilitar a tomada de decisões dos consumidores.
A pesquisa também revelou que todas as instituições financeiras analisadas aumentaram o valor de suas tarifas entre 2022 e 2023. O Bradesco registrou um aumento em 28 itens, o Santander em 25, o Banco do Brasil em 24, a Caixa Econômica Federal em 17, o Safra em 7 e o Itaú em 2.
O Banco Central determina que as instituições financeiras ofereçam quatro pacotes padronizados de serviços prioritários, divididos em quatro grupos.
A maior diferença encontrada entre os bancos ocorreu no modelo IV. Enquanto o Itaú cobra R$ 53,50, o Safra cobra R$ 35,00, representando uma diferença de 52,86%.
Um dado alarmante foi o maior aumento de preços observado no pacote IV da Caixa, que subiu 27,38%, atingindo o valor de R$ 48,15.
Esse aumento expressivo coloca em evidência a necessidade de os consumidores estarem atentos aos custos dos serviços bancários e buscarem opções que ofereçam melhores condições e custo-benefício.
O Procon alerta os consumidores para a importância de pesquisar e comparar os serviços oferecidos pelos bancos, levando em consideração não apenas as tarifas, mas também a qualidade do atendimento e a oferta de serviços essenciais gratuitos.
Essa análise criteriosa permite que os consumidores tomem decisões mais conscientes e evitem cobranças abusivas, contribuindo para a defesa de seus direitos e interesses financeiros.
Em um cenário de aumento das tarifas bancárias, é fundamental que os consumidores exerçam seu papel ativo na busca por melhores condições, pressionando as instituições financeiras a oferecerem serviços mais acessíveis e transparentes.
A informação e a conscientização são armas poderosas para equilibrar a relação entre bancos e consumidores, visando a um sistema financeiro mais justo e benéfico para todos.