Ao contrário do que afirmam alguns, a conta global Banco Inter não tem nada a ver com saldo em dólar. Entenda.
Esta semana, o presidente do Banco Inter João Victor Menin postou em suas redes sociais uma espécie de teaser de algo que está por vir.
Cercado de mistério, ele divulgou o link de uma página toda em inglês, anunciando que o banco estaria se tornando “global”.
We’re going global. There’s no limit to simplifying your life.
Com isso, muitos começaram a especular: seria uma conta em dólar para brasileiros, como já fazem o C6 Bank e BS2?
Nada disso.
O Tecnograna acaba com especulações e revela os reais planos do banco digital.
Conta global do Banco Inter
Na página divulgada por Menin, as pouquíssimas informações criaram mistério e acabaram abrindo campo para especulações.
No site, apenas uma página que mostra a frase já citada, com a foto de um casal de malas e passaporte na mão.
Estamos nos tornando globais. Não há limites para simplificar a sua vida.
Pelo fato de conter a palavra “global”, alguns já começaram a especular, afirmando que o Inter estaria preparando uma conta em dólar para brasileiros, assim como já existe em alguns outros bancos digitais.
Mas basta raciocinar um pouco para perceber que a lógica não aponta para uma conta em dólar.
O serviço oferecido pelo C6 e pelo BS2 não é voltado para estrangeiros e sim para residentes no Brasil. Então, não haveria sentido nenhum um site em inglês para divulgar uma conta assim.
Além disso, a expressão “global” não é sinônimo de conta em dólar. Apenas o C6 Bank usa esta denominação e chama de Conta Global C6 o saldo em dólar (e euro), sendo uma decisão de marketing deles. Dificilmente o Inter adotaria um nome similar ao seu concorrente, para lançar o mesmo serviço.
Banco Inter em outros países
Os planos do Inter na verdade tem muito mais a ver com o que o Nubank está fazendo há algum tempo, que é o de abrir filiais em outros países.
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A expansão global está muito mais relacionada a uma internacionalização da marca do que qualquer outra coisa, em uma iniciativa internamente conhecida como Projeto Contraste.
A expansão do Inter fora do Brasil será feita em diversos países, ainda não definidos. Porém, o banco tem ambição de entrar em mercados grandes, como Estados Unidos, Espanha, Portugal, Reino Unido e Argentina.
Por isso a “internacionalização” do nome, com a hashtag #goInter. Precisa ser algo que funcione nas mais diferentes línguas.
Mas não espere um banco completo nesses países. A estratégia para o exterior é focar em serviços não-regulados e não-bancários, como seguros, câmbio, gift cards e marketplace.
O Inter deve aproveitar sua base de parceiros globais, como a Liberty Seguros, Mastercard e Salesforce, para acelerar e simplificar o processo de expansão.
Alguns serviços têm um ou outro detalhe, a mudar para serem oferecidos em outros países, mas no geral é uma questão de pegar o que já temos e fazer um plug and play em outras geografias. É uma decisão relativamente barata, que demanda pouco emprego de capital.”
Então não crie falsas expectativas. O Banco Inter já é capaz de receber valores em dólar, inclusive para quem recebe pagamentos pelo AdSense.
Aparentemente eles, no momento, não têm planos de permitir que o cliente gerencie um saldo em dólar, como fazem o BS2 e o C6.
Eles querem realmente expandir globalmente suas atividades, para clientes de outros países. E deveremos ter mais detalhes sobre isso ao longo de 2021.
Caso você esteja interessado em abrir no Brasil uma conta em dólar, veja aqui como fazer:
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