Em 2019, muita gente ficou empolgada com a notícia de que o maior banco digital europeu, o N26, tinha planos de iniciar atividades no Brasil.
Desde então, a fintech começou a operar nos Estados Unidos e abriu uma lista de espera, em português, para quem estivesse interessado.
Porém, segundo algumas informações de bastidores, os planos do banco alemão podem ter mudado e a vinda dele para nosso país não deve acontecer tão cedo.
Quem soltou a bomba foi o site de notícias Neofeed, que diz ter conversado com executivos do mercado sobre uma mudança de planos na empresa.
Tudo começou há um ano, em um tweet do N26 no final de fevereiro: “See you soon, Brazil!”. Nele, um artigo do site TechCrunch informava as intenções de expansão para o nosso país.
See you soon Brazil! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷https://t.co/0AbpkDAr3D
— N26 (@n26) February 27, 2019
Um escritório foi montado em São Paulo e o executivo Eduardo Prota (ex-Cielo e ex-Santander) foi contratado como General Manager.
O plano era iniciar no Brasil logo depois de se estabelecer nos Estados Unidos, ainda em 2019. Porém, o ano terminou e nada da fintech iniciar suas atividades por aqui.
Segundo informações obtidas pelo Neofeed, os planos mudaram.
Profissionais que conhecem a empresa disseram que a matriz desistiu de operar no Brasil. Os funcionários já teriam sido avisados pelo board da companhia que o país já não faz mais parte do plano de crescimento da fintech. Pelo menos, agora.”
Mercado bem competitivo
De fato, o mercado de contas digitais cresceu bastante em 2019 e mudou o cenário em relação aos anos anteriores.
Atualmente, o brasileiro possui diversas opções de contas digitais que facilitam a vida quando comparado aos grandes bancos tradicionais, sem tarifas e com funções relevantes.
A variedade cresceu tanto, que o N26 agora teria dificuldades em apresentar diferenciais marcantes perante a concorrência. Até porque muitos bancos digitais brasileiros se inspiraram no N26 para oferecer seus serviços.
Por exemplo, o C6 Bank permite que o cliente escolha entre uma variedade de cores de seu cartão de crédito. Isso o N26 já fazia há tempos na Europa.
Outro diferencial do banco europeu, os “Espaços” — que são na prática sub-contas dentro da conta, onde é possível separar dinheiro para objetivos específicos —, já foi adotado por fintechs nacionais, como Neon e Nubank.
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Há também uma concorrência crescente de contas de pagamentos que estão cativando os usuários, como Mercado Pago, PicPay, BanQi e outros.
O desafio de implementar um novo banco no país é enorme, pois é preciso combater os bancos e contas digitais já estabelecidos. Não é algo fácil.
O Nubank já conta com 20 milhões de clientes. O Banco Inter com 4,5 milhões. O Original passou de 3 milhões, seguidos do Neon (2 milhões) e C6 (1 milhão).
Ajuste de rota
Indagado sobre a mudança de planos do N26 no Brasil, Prota declarou que a data de lançamento “está bastante aberta” e que a fintech pretende iniciar as operações “quando tiver um produto bom e competitivo” para apresentar.
Sobre o fato de alguns funcionários estarem deixando a operação no Brasil, ele disse que “como em qualquer empresa, há um ajuste de rota”, praticamente confirmando que os planos do N26 mudaram bastante desde o ano passado.
Aguardemos agora uma posição oficial sobre quais serão os próximos passos da fintech em nosso país. Enquanto isso, a lista de espera continua aceitando inscrições.